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História

História

Como a população brasileira reagiu à implantação da ditadura Getúlio Vargas, em 1937 

Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC)

REPRESSÃO Jornais foram censurados
e obrigados a defender a ditadura

                                                                       Não houve nenhum tipo de entrave, por parte dos movimentos populares, à instalação do novo regime. Isso se deve, em parte, à total desarticulação da sociedade já nos anos anteriores do governo Vargas, quando um regime ditatorial e corporativista se instalava no Brasil. Para coibir a ampla mobilização popular que ocorreu nos anos 1930, culminando com a Revolta Comunista de novembro de 1935, o Congresso Nacional decretou o estado de sítio e o governo pôde reprimir todas as manifestações consideradas subversivas: jornais e revistas foram fechados ou censurados, greves e paralisações foram proibidas, centenas de pessoas foram presas e militantes foram expulsos dos sindicatos. A polícia foi o agente principal dessa repressão e o estado de sítio vigorou até 1945. O governo Vargas também investiu em propaganda e os meios de comunicação foram coagidos a defender o regime. A legislação trabalhista foi responsável pela transformação dos sindicatos autônomos em órgãos atrelados ao governo, já que, de acordo com ela, somente teriam direito aos benefícios sociais os trabalhadores cujos sindicatos fossem oficiais. Por fim, há que se considerar o impacto na opinião pública da apresentação do Plano Cohen, um documento supostamente elaborado por comunistas e que daria ensejo a uma nova insurreição. Para o governo, ele foi a prova de que, mesmo com todos os esforços repressivos, o perigo comunista continuava vivo - anos mais tarde, descobriu-se que o documento era falso.

 


Período pré-colonial, colonização portuguesa e expansão territorial

 

Formação do estado brasileiro (em verde escuro) e dos países sul-americanos desde 1700.

Quando descoberto pelos portugueses em 1500, estima-se que o atual território do Brasil (a costa oriental da América do Sul), era habitado por dois milhões de indígenas, do norte ao sul.

A população ameríndia era repartida em grandes nações indígenas compostas por vários grupos étnicos entre os quais se destacam os grandes grupos tupi-guarani, macro-jê e aruaque. Os primeiros eram subdivididos em guaranis, tupiniquins e tupinambás, entre inúmeros outros. Os tupis se espalhavam do atual Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte de hoje. Segundo Luís da Câmara Cascudo, os tupis foram "a primeira raça indígena que teve contacto com o colonizador e (...) decorrentemente a de maior presença, com influência no mameluco, no mestiço, no luso-brasileiro que nascia e no europeu que se fixava". A terra agora chamada Brasil (nome cuja origem é contestada) foi reivindicada por Portugal em abril de 1500, com a chegada da frota portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral. O português encontrou nativos da Idade da Pedra divididos em várias tribos, a maioria das quais compartilhavam a mesma família linguística, o Tupi-Guarani, e lutaram entre si.

A colonização foi efetivamente iniciada em 1534, quando D. João III dividiu o território em doze capitanias hereditárias, mas esse arranjo era problemático e em 1549 o rei atribuiu um governador-geral para administrar toda a colônia.Os portugueses assimilaram algumas das tribos nativas, enquanto outras foram escravizadas ou exterminadas em longas guerras ou por doenças europeias para as quais não tinham imunidade. Em meados do século XVI, o açúcar tornou-se o mais importante produto de exportação do Brasil e escravos africanos começaram a ser trazidos pelos portugueses para lidar com a crescente demanda internacional.

Através de guerras contra os franceses, os portugueses lentamente expandiram seu território para o sudeste, tomando o Rio de Janeiro, em 1567, e para o noroeste, tomando São Luís em 1615. Eles enviaram expedições militares para a Amazônia e conquistaram fortalezas britânicas e holandesas, fundando aldeias e fortalezas em 1669. Em 1680 eles chegaram ao extremo sul e fundaram a Colônia do Sacramento, na margem do Rio da Prata, na região da Faixa Oriental (atual Uruguai).

No final do século XVII as exportações de açúcar começaram a diminuir, mas a descoberta de ouro por exploradores da região que mais tarde seria chamada de Minas Gerais, em torno de 1693, e nas décadas seguintes nos atuais Mato Grosso e Goiás, salvaram a colônia de um colapso econômico iminente. De todo o Brasil, bem como de Portugal, milhares de imigrantes vieram para as minas. Os espanhóis tentaram impedir a expansão dos portugueses para o território que lhes pertencia de acordo com o Tratado de Tordesilhas de 1494, e conseguiram reconquistar a Faixa Oriental em 1777. No entanto, essa conquista foi em vão, visto que o Tratado de San Ildefonso, assinado no mesmo ano, confirmou a soberania portuguesa sobre todas as terras provenientes da sua expansão territorial, criando assim a maior parte das atuais fronteiras brasileiras.

Em 1808, a família real portuguesa, fugindo das tropas do imperador francês Napoleão Bonaparte, que estavam invadindo Portugal e a maior parte da Europa Central, estabeleceram-se na cidade do Rio de Janeiro, que assim se tornou a sede do Império Português.[45] Em 1815, Dom João VI, então regente em nome de sua mãe incapacitada, elevou o Brasil de colônia a Reino soberano unido com Portugal.[45] Em 1809, os portugueses invadiram a Guiana Francesa (que foi devolvida à França em 1817)[46] e em 1816, a Faixa Oriental, foi posteriormente rebatizada para Cisplatina.[47]

Independência e império

 

 

Declaração da Independência do Brasil pelo Imperador Pedro I em 7 de setembro de 1822.

D. João VI retornou à Europa em 26 de abril de 1821, deixando seu filho mais velho, D. Pedro de Alcântara, como regente para governar o Brasil. O governo português tentou transformar o Brasil em uma colônia, uma vez mais, privando-a dos seus resultados desde 1808. Os brasileiros se recusaram a ceder e D. Pedro ficou com eles, declarando a independência do país de Portugal, em 7 de setembro de 1822. Em 12 de outubro de 1822, Pedro foi declarado o primeiro imperador do Brasil e coroado D. Pedro I em 1 de dezembro de 1822.

Naquele tempo quase todos os brasileiros eram a favor de uma monarquia e o republicanismo teve pouco apoio. A subsequente Guerra da independência do Brasil propagou-se por quase todo o território, com batalhas nas regiões norte, nordeste e sul. Os últimos soldados portugueses renderam-se em 8 de março de 1824 e a independência foi reconhecida por Portugal em 29 de agosto de 1825.

A primeira constituição brasileira foi promulgada em 25 de março de 1824, após a sua aceitação pelos conselhos municipais de todo o país. D. Pedro I abdicou em 7 de abril de 1831 e foi para a Europa para recuperar a coroa de sua filha, deixando para trás seu filho de cinco anos e herdeiro, que viria a ser Dom Pedro II. Como o novo imperador não pôde exercer suas prerrogativas constitucionais até atingir a maturidade, a regência foi criada. Disputas entre facções políticas levaram a rebeliões e uma instável, quase anárquica, regência. As facções rebeldes, no entanto, não estavam em revolta contra a monarquia, embora algumas declarassem a secessão das províncias como repúblicas independentes, mas só enquanto Pedro II era menor de idade.[66] Devido a isso, D. Pedro II foi declarado imperador prematuramente e "o Brasil desfrutou de quase meio século de paz interna e progresso material rápido."